Salmos 102
João F. Almeida Atualizada
1Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor.   

2Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.   

3Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus ossos ardem como um tição.   

4O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão.   

5Por causa do meu doloroso gemer, os meus ossos se apegam à minha carne.   

6Sou semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das ruínas.   

7Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no telhado.   

8Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim se enfurecem, me amaldiçoam.   

9Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha bebida,   

10por causa da tua indignação e da tua ira; pois tu me levantaste e me arrojaste de ti.   

11Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando.   

12Mas tu, Senhor, estás entronizado para sempre, e o teu nome será lembrado por todas as gerações.   

13Tu te lenvantarás e terás piedade de Sião; pois é o tempo de te compadeceres dela, sim, o tempo determinado já chegou.   

14Porque os teus servos têm prazer nas pedras dela, e se compadecem do seu pó.   

15As nações, pois, temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a tua glória,   

16quando o Senhor edificar a Sião, e na sua glória se manifestar,   

17atendendo à oração do desamparado, e não desprezando a sua súplica.   

18Escreva-se isto para a geração futura, para que um povo que está por vir louve ao Senhor.   

19Pois olhou do alto do seu santuário; dos céus olhou o Senhor para a terra,   

20para ouvir o gemido dos presos, para libertar os sentenciados à morte;   

21a fim de que seja anunciado em Sião o nome do Senhor, e o seu louvor em Jerusalém,   

22quando se congregarem os povos, e os reinos, para servirem ao Senhor.   

23Ele abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias.   

24Eu clamo: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as gerações.   

25Desde a antigüidade fundaste a terra; e os céus são obra das tuas mãos.   

26Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles, como um vestido, envelhecerão; como roupa os mundarás, e ficarão mudados.   

27Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão.   

28Os filhos dos teus servos habitarão seguros, e a sua descendência ficará firmada diante de ti.   

João Ferreira de Almeida Atualizada

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