Jó 13
João F. Almeida Atualizada
1Eis que os meus olhos viram tudo isto, e os meus ouvidos o ouviram e entenderam.   

2O que vós sabeis também eu o sei; não vos sou inferior.   

3Mas eu falarei ao Todo-Poderoso, e quero defender-me perante Deus.   

4Vós, porém, sois forjadores de mentiras, e vós todos, médicos que não valem nada.   

5Oxalá vos calásseis de todo, pois assim passaríeis por sábios.   

6Ouvi agora a minha defesa, e escutai os argumentos dos meus lábios.   

7Falareis falsamente por Deus, e por ele proferireis mentiras?   

8Fareis aceitação da sua pessoa? Contendereis a favor de Deus?   

9Ser-vos-ia bom, se ele vos esquadrinhasse? Ou zombareis dele, como quem zomba de um homem?   

10Certamente vos repreenderá, se em oculto vos deixardes levar de respeitos humanos.   

11Não vos amedrontará a sua majestade? E não cairá sobre vós o seu terror?   

12As vossas máximas são provérbios de cinza; as vossas defesas são torres de barro.   

13Calai-vos perante mim, para que eu fale, e venha sobre mim o que vier.   

14Tomarei a minha carne entre os meus dentes, e porei a minha vida na minha mão.   

15Eis que ele me matará; não tenho esperança; contudo defenderei os meus caminhos diante dele.   

16Também isso será a minha salvação, pois o ímpio não virá perante ele.   

17Ouvi atentamente as minhas palavras, e chegue aos vossos ouvidos a minha declaração.   

18Eis que já pus em ordem a minha causa, e sei que serei achado justo:   

19Quem é o que contenderá comigo? Pois então me calaria e renderia o espírito.   

20Concede-me somente duas coisas; então não me esconderei do teu rosto:   

21desvia a tua mão rara longe de mim, e não me amedronte o teu terror.   

22Então chama tu, e eu responderei; ou eu falarei, e me responde tu.   

23Quantas iniqüidades e pecados tenho eu? Faze-me saber a minha transgressão e o meu pecado.   

24Por que escondes o teu rosto, e me tens por teu inimigo?   

25Acossarás uma folha arrebatada pelo vento? E perseguirás o restolho seco?   

26Pois escreves contra mim coisas amargas, e me fazes herdar os erros da minha mocidade;   

27também pões no tronco os meus pés, e observas todos os meus caminhos, e marcas um termo ao redor dos meus pés,   

28apesar de eu ser como uma coisa podre que se consome, e como um vestido, ao qual rói a traça.   

João Ferreira de Almeida Atualizada

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