João F. Almeida Atualizada 1Quando acabou de proferir todas estas palavras aos ouvidos do povo, entrou em Cafarnaum. 2E um servo de certo centurião, de quem era muito estimado, estava doente, quase à morte. 3O centurião, pois, ouvindo falar de Jesus, enviou-lhes uns anciãos dos judeus, a pedir-lhe que viesse curar o seu servo. 4E chegando eles junto de Jesus, rogavam-lhe com instância, dizendo: É digno de que lhe concedas isto; 5porque ama à nossa nação, e ele mesmo nos edificou a sinagoga. 6Ia, pois, Jesus com eles; mas, quando já estava perto da casa, enviou o centurião uns amigos a dizer-lhe: Senhor, não te incomodes; porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; 7por isso nem ainda me julguei digno de ir à tua presença; dize, porém, uma palavra, e seja o meu servo curado. 8Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz. 9Jesus, ouvindo isso, admirou-se dele e, voltando-se para a multidão que o seguia, disse: Eu vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé. 10E voltando para casa os que haviam sido enviados, encontraram o servo com saúde. 11Pouco depois seguiu ele viagem para uma cidade chamada Naim; e iam com ele seus discípulos e uma grande multidão. 12Quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam para fora um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. 13Logo que o Senhor a viu, encheu-se de compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. 14Então, chegando-se, tocou no esquife e, quando pararam os que o levavam, disse: Moço, a ti te digo: Levanta-te. 15O que estivera morto sentou-se e começou a falar. Então Jesus o entregou à sua mãe. 16O medo se apoderou de todos, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo. 17E correu a notícia disto por toda a Judéia e por toda a região circunvizinha. 18Ora, os discípulos de João anunciaram-lhe todas estas coisas. 19E João, chamando a dois deles, enviou-os ao Senhor para perguntar-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro? 20Quando aqueles homens chegaram junto dele, disseram: João, o Batista, enviou-nos a perguntar-te: És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro? 21Naquela mesma hora, curou a muitos de doenças, de moléstias e de espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos. 22Então lhes respondeu: Ide, e contai a João o que tens visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. 23E bem-aventurado aquele que não se escandalizar de mim. 24E, tendo-se retirado os mensageiros de João, Jesus começou a dizer às multidões a respeito de João: Que saístes a ver no deserto? um caniço agitado pelo vento? 25Mas que saístes a ver? um homem trajado de vestes luxuosas? Eis que aqueles que trajam roupas preciosas, e vivem em delícias, estão nos paços reais. 26Mas que saístes a ver? um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta. 27Este é aquele de quem está escrito: Eis aí envio ante a tua face o meu mensageiro, que há de preparar adiante de ti o teu caminho. 28Pois eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior do que João; mas aquele que é o menor no re medida com é maior do que ele. 29E todo o povo que o ouviu, e até os publicanos, reconheceram a justiça de Deus, recebendo o batismo de João. 30Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus quando a si mesmos, não sendo batizados por ele. 31A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são semelhantes? 32São semelhantes aos meninos que, sentados nas praças, gritam uns para os outros: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não chorastes. 33Porquanto veio João, o Batista, não comendo pão nem bebendo vinho, e dizeis: Tem demônio; 34veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores. 35Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos. 36Um dos fariseus convidou-o para comer com ele; e entrando em casa do fariseu, reclinou-se à mesa. 37E eis que uma mulher pecadora que havia na cidade, quando soube que ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com bálsamo; 38e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés e ungia-os com o bálsamo. 39Mas, ao ver isso, o fariseu que o convidara falava consigo, dizendo: Se este homem fosse profeta, saberia quem e de que qualidade é essa mulher que o toca, pois é uma pecadora. 40E respondendo Jesus, disse-lhe: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Respondeu ele: Dize-a, Mestre. 41Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos denários, e outro cinquenta. 42Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais? 43Respondeu Simão: Suponho que é aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe Jesus: Julgaste bem. 44E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta com suas lágrimas os regou e com seus cabelos os enxugou. 45Não me deste ósculo; ela, porém, desde que entrei, não tem cessado de beijar-me os pés. 46Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta com bálsamo ungiu-me os pés. 47Por isso te digo: Perdoados lhe são os pecados, que são muitos; porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. 48E disse a ela: Perdoados são os teus pecados. 49Mas os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados? 50Jesus, porém, disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz. 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