Jó 24
João F. Almeida Atualizada
1Por que o Todo-Poderoso não designa tempos? e por que os que o conhecem não vêem os seus dias?   

2Há os que removem os limites; roubam os rebanhos, e os apascentam.   

3Levam o jumento do órfão, tomam em penhor o boi da viúva.   

4Desviam do caminho os necessitados; e os oprimidos da terra juntos se escondem.   

5Eis que, como jumentos monteses no deserto, saem eles ao seu trabalho, procurando no ermo a presa que lhes sirva de sustento para seus filhos.   

6No campo segam o seu pasto, e vindimam a vinha do ímpio.   

7Passam a noite nus, sem roupa, não tendo coberta contra o frio.   

8Pelas chuvas das montanhas são molhados e, por falta de abrigo, abraçam-se com as rochas.   

9Há os que arrancam do peito o órfão, e tomam o penhor do pobre;   

10fazem que estes andem nus, sem roupa, e, embora famintos, carreguem os molhos.   

11Espremem o azeite dentro dos muros daqueles homens; pisam os seus lagares, e ainda têm sede.   

12Dentro das cidades gemem os moribundos, e a alma dos feridos clama; e contudo Deus não considera o seu clamor.   

13Há os que se revoltam contra a luz; não conhecem os caminhos dela, e não permanecem nas suas veredas.   

14O homicida se levanta de madrugada, mata o pobre e o necessitado, e de noite torna-se ladrão.   

15Também os olhos do adúltero aguardam o crepúsculo, dizendo: Ninguém me verá; e disfarça o rosto.   

16Nas trevas minam as casas; de dia se conservam encerrados; não conhecem a luz.   

17Pois para eles a profunda escuridão é a sua manhã; porque são amigos das trevas espessas.   

18São levados ligeiramente sobre a face das águas; maldita é a sua porção sobre a terra; não tornam pelo caminho das vinhas.   

19A sequidão e o calor desfazem as, águas da neve; assim faz o Seol aos que pecaram.   

20A madre se esquecerá dele; os vermes o comerão gostosamente; não será mais lembrado; e a iniqüidade se quebrará como árvore.   

21Ele despoja a estéril que não dá à luz, e não faz bem à viúva.   

22Todavia Deus prolonga a vida dos valentes com a sua força; levantam-se quando haviam desesperado da vida.   

23Se ele lhes dá descanso, estribam-se, nisso; e os seus olhos estão sobre os caminhos deles.   

24Eles se exaltam, mas logo desaparecem; são abatidos, colhidos como os demais, e cortados como as espigas do trigo.   

25Se não é assim, quem me desmentirá e desfará as minhas palavras?   

João Ferreira de Almeida Atualizada

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