Salmos 22
João F. Almeida Atualizada
1Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu bramido?   

2Deus meu, eu clamo de dia, porém tu não me ouves; também de noite, mas não acho sossego.   

3Contudo tu és santo, entronizado sobre os louvores de Israel.   

4Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.   

5A ti clamaram, e foram salvos; em ti confiaram, e não foram confundidos.   

6Mas eu sou verme, e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo.   

7Todos os que me vêem zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a cabeça, dizendo:   

8Confiou no Senhor; que ele o livre; que ele o salve, pois que nele tem prazer.   

9Mas tu és o que me tiraste da madre; o que me preservaste, estando eu ainda aos seios de minha mãe.   

10Nos teus braços fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.   

11Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem acuda.   

12Muitos touros me cercam; fortes touros de Basã me rodeiam.   

13Abrem contra mim sua boca, como um leão que despedaça e que ruge.   

14Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.   

15A minha força secou-se como um caco e a língua se me pega ao paladar; tu me puseste no pó da morte.   

16Pois cães me rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca; transpassaram-me as mãos e os pés.   

17Posso contar todos os meus ossos. Eles me olham e ficam a mirar-me.   

18Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam sortes.   

19Mas tu, Senhor, não te alongues de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.   

20Livra-me da espada, e a minha vida do poder do cão.   

21Salva-me da boca do leão, sim, livra-me dos chifres do boi selvagem.   

22Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.   

23Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, filhos de Jacó, glorificai-o; temei-o todos vós, descendência de Israel.   

24Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem dele escondeu o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.   

25De ti vem o meu louvor na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.   

26Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam. Que o vosso coração viva eternamente!   

27Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor, e diante dele adorarão todas as famílias das nações.   

28Porque o domínio é do Senhor, e ele reina sobre as nações.   

29Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, os que não podem reter a sua vida.   

30A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura.   

31Chegarão e anunciarão a justiça dele; a um povo que há de nascer contarão o que ele fez.   

João Ferreira de Almeida Atualizada

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