Jó 33
João F. Almeida Atualizada
1Ouve, pois, as minhas palavras, ó Jó, e dá ouvidos a todas as minhas declaraçoes.   

2Eis que já abri a minha boca; já falou a minha língua debaixo do meu paladar.   

3As minhas palavras declaram a integridade do meu coração, e os meus lábios falam com sinceridade o que sabem.   

4O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida.   

5Se podes, responde-me; põe as tuas palavras em ordem diante de mim; apresenta-te.   

6Eis que diante de Deus sou o que tu és; eu também fui formado do barro.   

7Eis que não te perturbará nenhum medo de mim, nem será pesada sobre ti a minha mão.   

8Na verdade tu falaste aos meus ouvidos, e eu ouvi a voz das tuas palavras. Dizias:   

9Limpo estou, sem transgressão; puro sou, e não há em mim iniqüidade.   

10Eis que Deus procura motivos de inimizade contra mim, e me considera como o seu inimigo.   

11Põe no tronco os meus pés, e observa todas as minhas veredas.   

12Eis que nisso não tens razão; eu te responderei; porque Deus e maior do que o homem.   

13Por que razão contendes com ele por não dar conta dos seus atos?   

14Pois Deus fala de um modo, e ainda de outro se o homem não lhe atende.   

15Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, quando adormecem na cama;   

16então abre os ouvidos dos homens, e os atemoriza com avisos,   

17para apartar o homem do seu desígnio, e esconder do homem a soberba;   

18para reter a sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada.   

19Também é castigado na sua cama com dores, e com incessante contenda nos seus ossos;   

20de modo que a sua vida abomina o pão, e a sua alma a comida apetecível.   

21Consome-se a sua carne, de maneira que desaparece, e os seus ossos, que não se viam, agora aparecem.   

22A sua alma se vai chegando à cova, e a sua vida aos que trazem a morte.   

23Se com ele, pois, houver um anjo, um intérprete, um entre mil, para declarar ao homem o que lhe é justo,   

24então terá compaixão dele, e lhe dirá: Livra-o, para que não desça à cova; já achei resgate.   

25Sua carne se reverdecerá mais do que na sua infância; e ele tornará aos dias da sua juventude.   

26Deveras orará a Deus, que lhe será propício, e o fará ver a sua face com júbilo, e restituirá ao homem a sua justiça.   

27Cantará diante dos homens, e dirá: Pequei, e perverti o direito, o que de nada me aproveitou.   

28Mas Deus livrou a minha alma de ir para a cova, e a minha vida verá a luz.   

29Eis que tudo isto Deus faz duas e três vezes para com o homem,   

30para reconduzir a sua alma da cova, a fim de que seja iluminado com a luz dos viventes.   

31Escuta, pois, ó Jó, ouve-me; cala-te, e eu falarei.   

32Se tens alguma coisa que dizer, responde-me; fala, porque desejo justificar-te.   

33Se não, escuta-me tu; cala-te, e ensinar-te-ei a sabedoria.   

João Ferreira de Almeida Atualizada

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